domingo, 9 de novembro de 2014

CARNAVAL NO BAIRRO DA LIBERDADE



       DESFILE DO BLOCO AFRO ILÊ AYÊ NO CARNAVAL  DA LIBERDADE



O Ilê Aiyê, que na língua nagô significa "A Casa do Barro Preto", é o bloco afro mais antigo e famoso do Carnaval de Salvador, e tem seu berço, juntamente com outros blocos afro, como o Muzenza, no bairro da Liberdade.




  O CARNAVAL DA LIBERDADE  
                         
O carnaval da Liberdade começou com as batucadas e os afoxés.   As batucadas eram formadas por homens que saíam fantasiados de casa em casa, tocando instrumentos de percussão e cantando versos improvisados na hora (trovação). Os afoxés têm origem nos terreiros de candomblé. Africano Ideal era um dos mais conhecidos, organizado pelo pai de Mãe Hilda, e depois surgiu "Os Netos de Gandhi". Os afoxés costumavam sair do Largo do Japão, ponto de encontro da gente festeira do bairro.

     O PRIMEIRO BLOCO DE CARNAVAL DA LIBERDADE
"A Viuvinha" foi um dos primeiros blocos de carnaval da Liberdade. Era formado apenas por homens que saíam de saia preta, blusa bem justa e cabeleira postiça. No começo, os blocos eram organizados com simplicidade e improviso, apenas pelo prazer da brincadeira. As fantasias do "Trança-Fitas", por exemplo, eram feitas de papel crepom. Havia um bloco chamado "O Urso", de Antonio Souza Bispo, cujas roupas eram feitas de calhamaço e os pelos eram dos balaios de ovos de samambaia. Um rapaz entrava na roupa do urso e saía pelo bairro acompanhado pelos brincantes.Na década de 60 e inicio de 70 também destacou-se o bloco "Os Desajustados", que saiam com mais de mil componentes, vestidos de pescador e que faziam muito sucesso no bairro em função das suas bonitas fantasias estilizadas de pescadores com chapéu de palha, cesto e vara de pescar.

                                    MUZENZA

Nascido em 1981 na Ladeira de São Cristóvão (no bairro da Liberdade), teve por base o conceito histórico-literário contido no nome do bairro da Liberdade - que assim foi batizado por ter sido um dos cenários da Batalha de Pirajá, onde 80% dos populares eram formadas por negros. O nome do bloco é um termo de origem Batum Kicongo, equivalente à Iaô da nação Nagô (Iaô é uma figura feminina da religiosidade africana).



                                BLOCÃO DA LIBERDADE

             


O Instituto Sócio Cultural e Carnavalesco Ibásóré Iyá, mais conhecido como Blocão da Liberdade, é uma entidade que surgiu em 1993 como um bloco de carnaval com o objetivo de difundir a cultura afro-baiana mundo afora.

                                 ESCOLAS DE SAMBA

Com o tempo, os carnavalescos da Liberdade foram aperfeiçoando as fantasias até surgirem as escolas de samba, com carros alegóricos e enredos, que também desfilavam pela Avenida Sete de Setembro. Apesar de ainda carregarem elementos da cultura europeia, principalmente no figurino, traziam, no enredo, temas ligados às raízes da cultura africana, ou afro-brasileira. Filhos da Liberdade (1958), de Mestre Dilu e Osvaldo Jiboia, Bafo de Onça (1964), de Mário Tchê, Tchê, Tchê, e Ritmo da Liberdade (1967-1980), de Mestre Vavá, eram as mais fortes concorrentes da Liberdade, disputando troféus com escolas de outros bairros.

No bairro da Liberdade a animação se dá no palco da Praça Nelson Mandela.



Praça Nelson Mandela

Inaugurada em agosto de 1991, um ano e cinco meses após Nelson Mandela ter sido libertado dos 27 anos de prisão na África do Sul, a praça ganhou um visual respeitável com a construção de um busto de bronze em reconhecimento à luta de Mandela contra a discriminação racial e a favor da paz. Com um senso de humanidade extraordinário, o líder negro marcou a inauguração com a alegria de sua presença. A frase que deixou gravada na peça da artista plástica Márcia Magno é uma marca identificadora do bairro: "A luta é minha vida". Com o amplo espaço em frente ao Plano Inclinado, e uma imagem em bronze que vale ouro, a praça é lugar cativo para os eventos e manifestações culturais do bairro. Palco das micaretas da Liberdade, o local costuma ser ponto de parada na saída do Ilê, no carnaval. A praça é igualmente utilizada para a missa campal, após procissão em homenagem a Santa Bárbara, organizada pela Paróquia de mesmo nome. Em novembro, ao lado do busto de Nelson Mandela, uma das maiores referências da consciência negra, acontece a concentração da Caminhada da Liberdade, com saída da Rua do Curuzu. Promovido anualmente pelo Fórum de Entidades Negras, o evento marca o dia da Consciência Negra. (G1.GLOBO,2012)


FONTES



7 comentários:

Unknown disse...

Morei no Curuzu em 95 e me lembro que a saída do Ilê Ayê para desfilar no circuito oficial era muito disputada por artistas e celebridades, a mais conhecida era Daniela Mercury.

Neide Roberta disse...

Morei minha infancia e adolescência na Liberdade e me lembro com muita saudade dos carnavais antigos, com desfiles de cordões, escolas de samba e carros alegóricos com rainhas e reis. Belos tempos! Depois tudo foi mudando, hoje o Ilê é referência do Bairro.

Neide Roberta disse...

Morei minha infância e adolescência na Liberdade e me lembro com muita saudade dos carnavais antigos, com desfiles de cordões, escolas de samba e carros alegóricos com rainhas e reis. Belos tempos! Depois tudo foi mudando, hoje o Ilê é referência do Bairro.

Anônimo disse...

Morei na Liberdade por 3 anos a partir de 97, e tenho alguns amigos que moram na rua do Céu, entretanto não conhecia essa historia linda que a mesma tem...

Jaqueline Florence disse...

Eu morava na Padre Antonio, no Pero Vaz, ficava doidinha pra ver o Ilê, ia então pra casa de Céu e ficava lá a espera. Passava muito tarde, às
vezes eu aguentava esperar.Era uma festa ver o Ilê passar.
Hoje eu não ligo muito por sou evangélica, mas já brinquei muito.

Neide Roberta disse...

Muito bom seu post sobre o carnaval da liberdade. Muita gente desconhece alguns detalhes, mas lendo esse artigo, passara a conhecer.

Unknown disse...

Você poderia contar o que realmente aconteceu , depois desses lindos dias em que fomos agraciados, quem sabe da real historia viu que nem tudo eram e nem foi Flores , espero que seja contada a verdadeira saga da Família Fonseca nesse período sofrido.