Dia Nacional da Consciência Negra
Qui, 20/11/2014 às 22:44
| Atualizado em: 20/11/2014
às 22:56
http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/1640816-caminhada-da-liberdade-enaltece-orgulho-negro
Caminhada da Liberdade enaltece orgulho negro
Parecia Carnaval. Curuzu, Ilê Aiyê, batuque de tambores, reggae e muito
ijexá. Foi nesse tom e regido por esses ritmos que o Fórum de Entidades
Negras realizou a 14ª edição da tradicional Caminhada da Liberdade, que
saiu da sede do Mais Belo dos Belos e seguiu até o Pelourinho, Centro
Histórico de Salvador, nesta quinta-feira, 20.
O Dia Nacional da Consciência Negra foi comemorado por,
aproximadamente, mil pessoas, que dançaram e cantaram sem parar, ao som
de clássicos dos blocos afros baianos. Nem a intensa chuva que caiu
sobre a capital baiana tirou o ânimo de negros, mestiços e brancos;
soteropolitanos e turistas.
Além de evocar reivindicações antigas do movimento negro, como o fim da
violência contra a juventude das periferias, a caminhada deste ano
homenageou o ator e ativista baiano Mário Gusmão.
Zumbi baiano
Primeiro negro formado pela Escola de Teatro da Universidade Federal da
Bahia (Ufba), Gusmão morreu há 18 anos, em 1996, exatamente no dia 20
de novembro. Por isso, o ator foi chamado de "Zumbi da Bahia" pela
organização do evento.
Segundo o fundador do Ilê Aiyê, Antônio Carlos dos Santos, o Vovô, "a
homenagem a Gusmão tem o objetivo de celebrar a memória de um ativista
pouco lembrado até mesmo pelos negros".
Vovô do Ilê falou também da segmentação de grupos negros em diversas
caminhadas que acontecem na cidade durante o Dia da Consciência Negra.
Para ele, a realização de diversos eventos ajuda a proliferar o debate
em torno de temas importantes.
"A Bahia é muito grande, não cabe todo mundo em um mesmo lugar",
afirmou. "É bom que haja caminhada nos quatro cantos do estado".
De acordo com o filósofo Raimundo Bujão, liderança do Movimento Negro
Unificado (MNU), a data comemorativa em homenagem ao líder quilombola
Zumbi dos Palmares faz com que o debate sobre igualdade racial chegue a
espaços importantes, como as escolas.
"Temos feito cada vez mais atividades para atingir os jovens e
adolescentes, tentando mudar os paradigmas promovidos pelo racismo e
alertando a sociedade para a realidade vivida pela comunidade negra", afirma Bujão.
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