O DIÁRIO DE NOTÍCIAS EM MINHA CASA NA RUA DO CÉU COM A FAMÍLIA TODA REUNIDA.
Família grande, onze filhos (oito de minha mãe com meu pai e três de minha madrasta com meu pai), todos órfãos e coincidentemente tudo aconteceu no final de abril iniciando maio, mês das mães. O acidente trágico do meu pai contribuiu para que a escolha da mãe do ano fosse uma moradora da Rua do Céu, a minha madrasta. Como o jornal disse: "um pouco de alegria". Alegria para quem? Que mãe sentiria alegria ao receber um título desse, nessas condições? E depois...nem ficamos juntos.
A família se separou:de um lado minha madrasta com meus três irmãos pequenos, do outro, eu e meus sete irmãos filhos de minha mãe com meu pai. Ficamos aos cuidados de minha irmã mais velha. Hoje, todos casados com suas famílias. Apesar dos pesares, "a trancos e barrancos" estamos inteiros,deu tudo certo.Como o ditado popular "Deus escreve certo por linhas tortas."Continuamos e no caminhar de nossas vidas, perdemos uma das irmãs, sentimos mais uma perda e novamente conseguimos força para continuar, até quando for a hora de parar. Mas, hoje eu até entendo minha madrasta não ter ficado comigo e meus irmãos, ela só tinha três filhos com meu pai, criar mais oito que nem eram dela? Apesar de eu e meu irmão caçula sermos criados achando que ela fosse nossa mãe. Só ficamos sabendo depois da morte de nosso pai. Ficamos órfãos duas vezes. Fomos enganados. Antigamente, as famílias se tinham vários filhos, a contemporânea, se limita a dois ou três filhos. Outro ditado certíssimo,bastante conhecido, que inclusive eu ouvi alguém dizer pra mim, "quem pariu Mateus que o balance". Apesar de que, nem tivemos quem nos balançasse, pois quem poderia fazer isso, não está entre nós desde que eu tinha dois anos. Fazer o quê? Estamos vivendo e que vivam todos como e com quem, bem entender. Até gostaria de ter ficado todos juntos, eu, meus dez irmãos e minha madrasta, mas não deu.
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7 comentários:
Interessante, a rua do Céu foi notícia em toda a capital neste dia...e a auto ajuda da imprensa com as pessoas em dificuldades não é exclusividade dos dias atuais...
A notícia é 1969, 45 anos depois ainda vemos o trânsito caótico das cidades fazendo vítimas e enlutando várias famílias, inclusive , de todas as classes sociais.
Interessante seria se os governantes
junto com a imprensa fizessem uma
Campanha desse tipo atualmente.
Parece que essa foi a primeira e
única vez que teve um evento desse
né?
Tristes lembranças, Ceu. Chorei muito quando li sua postagem. Que saudade do nosso pai. Nao esqueço dele um dia sequer. Voce me fez lembrar coisas que guardei la no fundo da alma para me lembrar apenas das coisad alegres e dos momentos maravilhosos que le nos proporcionou.
História Emocionante! Não contive as lágrimas...
Céu querida, a notícia sobre a morte do seu pai me deixou bastante emocionada. Imagino como você se sentiu no momento da entrevista com D.Miúda, quando ela comentou sobre o acidente do seu pai.
As vezes somos solicitadas para construir algo, e nem percebemos como esse processo de construção mexe com as nossas estruturas emocionais, nos mostrando que o passado sempre fará parte de nossas vidas, em alguns momentos no presente.
Você é uma pessoa muito especial e merece toda felicidade do mundo. Parabéns pela construção desse blog, pois além descrever alguns momentos das histórias de vida (sua e D.Miúda), me fez relembrar vários momentos do meu passado, que hoje em dia sinto saudades!
Ah! Já ia esquecendo: o choro do seu irmão é demais! Buáááá... rsrsrsrs... Não tem quem se aguente, por isso que seus irmãos riam tanto, com toda razão. Paz e Bem! Helena.
Nossa, que legal você guardar todas essas notícias por tanto tempo! Realmente, são fatos marcantes, para sua família e também para a sociedade. Documentos históricos importantíssimos, que relatam uma realidade tão próxima e, ao mesmo tempo, tão distante... E, a propósito, não fazia ideia de que existia uma premiação para "Mãe do ano".
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