sexta-feira, 3 de julho de 2015

DOIS DE JULHO : FESTA CÍVICA E HISTÓRICA NA BAHIA

Independência do Brasil e o Dois de Julho

A Independência do Brasil não se definiu com o discurso de D. Pedro I em Sete de Setembro de 1822. O Grito do Ipiranga foi, na verdade, um grito de guerra e ela ocorreu no Norte e Nordeste do País. As lutas no Recôncavo baiano foram as mais sangrentas e a Independência da Bahia teve um papel chave na consolidação da Independência do Brasil.
Até 1763, Salvador foi a capital do Brasil. Os portugueses estavam instalados na região há mais de 200 anos. Portugal era, na época, uma das maiores potências mundiais.
O processo de independência do país iniciou-se com os movimentos separatistas do fim do século 18, principalmente em Minas Gerais e Bahia.

A Conjuração Baiana, em 1798, também conhecida como Revolta dos Alfaiates, foi um movimento abrangente, com grande participação popular. Buscava-se instalar uma república independente e a libertação dos escravos. A revolta foi sufocada pelos portugueses.

Com as pressões pela independência, as tropas portuguesas retiraram-se para províncias do Norte e Nordeste do País, com o comando português centralizado em Salvador.
Em fevereiro de 1822, chegou de Portugal a designação do brigadeiro Madeira de Mello para o comando das Armas, na Bahia. A Câmara Municipal negou-se a dar posse ao novo comandante. A partir de então, iniciou-se as lutas entre portugueses e brasileiros. Os soldados lusos tomaram Salvador. Os brasileiros cercaram a cidade e intensificaram a guerrilha urbana.
As batalhas ocorreram em todo o Recôncavo baiano com os brasileiros inicialmente sob o comando do general Pedro Labatut e, posteriormente, do coronel José Joaquim de Lima e Silva. O exército brasileiro conquistou gradativamente o controle das cidades do Recôncavo.
A batalha decisiva foi a de Pirajá, no subúrbio de Salvador.
Em Dois de julho de 1823, as tropas brasileiras entraram em Salvador.
O entendimento histórico é que, caso os portugueses vencessem na Bahia, haveria um avanço para a reconquista do Sudeste do País. Nesse sentido, as lutas na Bahia foram fundamentais para Independência do Brasil

http://www.bahia-turismo.com/independencia.htm


Mais: entrevista com Luís Henrique Dias Tavares sobre a Independência do Brasil e História da Bahia

                                            Maria Quiteria

Monumento a Maria Quitéria no Largo da Soledade, em Salvador. Homenagem a uma das heroínas nas lutas pela Independência. Maria Quitéria de Jesus Medeiros (1792-1853) alistou-se, disfarçada de homem, no Exército Brasileiro para lutar pela Independência do Brasil. Combateu com heroísmo nas batalhas da Barra do Paraguaçu, Pituba, Itapuã e outras. Recebeu de D. Pedro I a condecoração de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro. Foi a primeira mulher a fazer parte de uma unidade militar no Brasil.
O monumento é uma escultura em bronze, de José Pereira Barreto, com pedestal de granito, inaugurado em 21 de agosto de 1953, no centenário de sua morte.

                                                        2 de Julho

Comemorações do Dois de Julho, em Salvador, com grande participação popular. Os desfiles, de longo percurso, saem da Lapinha e terminam no Campo Grande.

                    Heroina


Maria Quitéria em desenho de Augustus Earle, publicado no livro de Maria Graham, em 1824. Earle foi o mesmo desenhista que acompanhou a expedição do Beagle, com Charles Darwin.
Maria Graham conheceu pessoalmente a heroína da Independência do Brasil, que lhe contou que usava um uniforme de um dos batalhões do Imperador, com a adição de um saiote inspirado em uma ilustração de um highlander, que ela própria viu. Enfim, Maria Quitéria chegou mesmo a usar um saiote (kilt) escocês.

                                        Catharina Paraguaçu


Catharina Paraguaçu, representada no Monumento ao Dois de Julho do Campo Grande, segura um escudo com a inscriçãoIndependência ou Morte. A índia tupinambá, que viveu no século 16, representa aqui a participação ativa dos caboclos nas lutas pela Independência.
A estátua, de inspiração neoclássica, do escultor italiano Carlo Nicole tem feições de Ártemis, a deusa grega da caça. A adaptação, que seria inimaginável hoje, deve ser entendida dentro do contexto da época em que o Romantismo ainda permeava as inspirações de muitos artistas, como José de Alencar e sua Iracema. Michelangelo traçou o caminho quando esculpiu seu monumental David, com as feições do deus Apolo.





Copyright © Guia Geográfico - Eventos Históricos, 2 de Julho e 7 de Setembro.
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