A história de Santo Antônio, o casamenteiro
Publicado em 06 de Julho de 2013
O
santo é tão amado que são inúmeras as crianças com seu nome em Portugal,
França, Espanha, Itália e por aqui. Embora batizado de Fernando quando nasceu
em Lisboa, em 1195, Antônio (“o propagador da verdade”) mudou seu nome ao se
tornar frade, porque era isso o que o jovem português queria fazer: propagar a
verdade de sua fé, difundir os Evangelhos e viver seu amor a Cristo em seu dia
a dia.
Santo
Antônio é popular porque amou os pobres, como exige a Ordem dos Franciscanos, à
qual pertenceu. Segundo a tradição, dedicou sua vida a ajudá-los, inclusive
materialmente. Alguns relatos contam que ele teria conseguido um dote para uma
moça italiana casadoira (daí ser o santo das casamenteiras), outros falam que
distribuiu pães doados por uma devota francesa que lhe atribuiu um milagre
(segundo a tradição, o pãozinho bento dado pelas igrejas consagradas a ele no
dia 13 de junho garante fartura em casa se colocado numa lata de mantimentos).
O santo também teria o dom de devolver objetos e de obter vitória em causas perdidas
devido a outro grande feito: teria convencido um noviço a se arrepender de lhe
ter roubado o livro de orações depois de esse fiel ter avistado o diabo numa
ponte.
Além
das histórias ligadas a Santo Antônio, uma graciosa tela de um monge holandês
no século 16 talvez tenha sido uma das maiores publicidades de seu carisma: ele
pintou o santo se divertindo com as traquinagens do Menino Jesus espalhando
livros pelo chão de uma biblioteca. Nela, Antônio mostra sua alegria e bondade
com a Criança Divina, e por essa intimidade com o Menino Deus se tornou o santo
ideal para receber nossos pedidos. Afinal, quem se importava com as
brincadeiras do garoto também se importaria com nossos desejos tão humanos. É
bom lembrar que Antônio se tornou franciscano quando São Francisco de Assis
ainda estava vivo. Ele o conheceu e fez parte do movimento que revolucionaria
toda a história da Igreja Católica. Sua opção pelos pobres e pela simplicidade
vinha do seu coração, mas a imagem de frade generoso e bonachão não mostra
totalmente quem Antônio era: um homem extremamente culto, leitor de autores
gregos e latinos, com vasto conhecimento sobre a ciência de sua época, conforme
se lê em seus sermões. Com extrema capacidade de usar bem as palavras e notável
ardor, o frade conseguia converter o mais renitente dos ímpios. Sua coragem
também era reconhecida. É homenageado por militares e se tornou patrono de
muitos regimentos. No sincretismo religioso brasileiro, por exemplo, ele é
considerado em parte do Brasil como Ogum, o orixá guerreiro (em algumas regiões,
divide o título com São Jorge). Quando vivo, Antônio desejava, inclusive,
tornar-se mártir: na juventude, foi ao Marrocos tentar converter os mouros,
arriscando sua vida, e só voltou porque ficou muito doente. Segundo alguns
estudiosos, talvez seja essa a razão pela qual as moças o “martirizem” quando
ele não quer atendera seus pedidos (o deixam de cabeça para baixo, tiram o
Menino Jesus de seu colo, o colocam na geladeira ou num poço...).
Antônio
morreu na Itália no dia 13 de junho de 1231, aos 36 anos. O papa Gregório IX o
canonizou apenas 11 meses depois de sua morte, e o chamou de “santo de todo
mundo”, numa alusão à fama que ele tinha em vida. Se já foi célebre em seu
tempo, hoje nem se fala. O protetor do Menino Jesus e das moças é amado em todo
o Brasil.
http://casa.abril.com.br/materia/a-historia-de-santo-antonio-o-casamenteiro
13/06/2015>
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